hernia em caes
A hérnia perineal resulta do enfraquecimento e separação dos músculos e fáscias que formam o diafragma pélvico, promovendo deslocamento caudal de órgãos abdominais ou pélvicos no períneo (ANDERSON et al., 1998; SEIM III, 2004). A doença é comum em cães machos, especialmente os intactos, e rara em fêmeas (DIETERICH, 1975; ANDERSON et al., 1998). O intervalo de maior incidência está entre os sete e nove anos de idade, com poucos relatos antes de cinco anos (ANDERSON et al., 1998; BELLENGER & CANFIELD, 2003). O processo pode ser uni ou bilateral, mas geralmente em casos unilaterais, o lado contralateral apresenta-se alterado (DIETERICH, 1975; RAISER, 1994).
Em geral, a hérnia perineal ocorre entre os músculos esfíncter externo do ânus e elevador do ânus e, ocasionalmente, entre os músculos elevador do ânus e coccígeo (BELLENGER & CANFIELD, 2003). A causa exata da fraqueza muscular é desconhecida, mas alguns fatores têm sido propostos, como atrofia muscular neurogênica ou senil, miopatias, aumento de volume da próstata, alterações hormonais e constipação crônica (HEDLUND, 2002; BELLENGER & CANFIELD, 2003; SEIM III, 2004). Algumas raças apresentam predisposição, tais como o boston terrier, o pequinês e o boxer (HAYES et al., 1978; SEIM III, 2004). Por tratar-se de afecção com altos índices de recidiva e complicações pós-operatórias, o trabalho tem por objetivo abordar os sinais clínicos, métodos diagnósticos, com ênfase aos tratamentos cirúrgicos.
Sinais clínicos e diagnóstico
Os sinais clínicos mais citados são tenesmo, constipação e aumento de volume perineal, que pode ser redutível ou não (HOSGOOD et al., 1995; ANDERSON et al., 1998; SEIM III, 2004). Se houver retroflexão da bexiga urinária, ocorrerão estrangúria, disúria e anúria (ANDERSON et al., 1998; BELLENGER & CANFIELD, 2003). Vários conteúdos são encontrados no saco herniário, sendo comum a presença de fluido seroso (DIETERICH, 1975). Além disso, podem ser observados: