Hering
Beky Moron Barmaimon de Macadar(
RESUMO
O artigo analisa os fluxos mundiais de investimentos diretos no exterior (IDE) e a participação brasileira nesses fluxos. Além disso, analisa o estoque de IDE das empresas brasileiras de capital nacional como proporção do PNB e os fluxos de saída de IDE como proporção da formação bruta de capital fixo. Comenta, igualmente, os principais motivos que induzem às empresas a investirem em operações no exterior e discute as características das principais transnacionais brasileiras. Por último, trata das transnacionais gaúchas e descreve as experiências das empresas Gerdau e Marcopolo. Uma das conclusões é que as empresas brasileiras industriais com IDE preferem investir em plantas novas, inteiramente de sua propriedade, ou adquirir plantas já existentes, ao invés de ficar com uma participação minoritária. Ademais, os primeiros IDE são realizados em países com afinidade cultural e geograficamente mais próximos. Outra característica é a concentração em empresas de recursos naturais e em setores como siderurgia, material de transporte e bens intermediários. Constatou-se que um dos principais obstáculos para aumentar a participação nos IDE mundiais é a maior preferência pelo mercado interno. Como resultado, o baixo coeficiente de exportação das firmas industriais exportadoras brasileiras não induz ao aprofundamento da internacionalização produtiva.
Palavras-chave: internacionalização; IDE brasileiros
Introdução
O processo de internacionalização de empresas se transformou em um fenômeno crescente nas últimas décadas. De acordo com Bennett (2007), no período entre 1984 e 1998 o fluxo total do investimento direto no exterior mundial aumentou dez vezes, enquanto o crescimento da produção mundial foi muito modesto e as exportações mundiais praticamente duplicaram. Como a tendência dessas variáveis