Hepatite
A história das hepatites virais remonta vários milênios, informações contidas na literatura chinesa já faziam referência à ocorrência de icterícia entre sua população há mais de cinco mil anos.
Surtos de icterícia foram relatados na Babilônia há mais de 2.500 anos. Escritos de Hipócrates, que viveu provavelmente 300 a 400 anos antes de Cristo, revelam historicamente que: a icterícia seria provavelmente de origem infecciosa e o problema poderia estar no fígado; o acúmulo de líquido no abdome (ascite) poderia ser causado por alguma doença crônica nesse órgão.
No ano de 752, carta do Papa Zacharias a São Bonifácio, Arcebispo de Mainz (Alemanha), relata à ocorrência de um surto de icterícia contagiosa entre residentes da cidade. Informa ainda que estava recomendando quarentena aos moradores ictéricos, como forma de evitar a doença.
São conhecidas as epidemias de icterícia durante a guerra da Sucessão Austríaca (1743), de Napoleão no Egito (1798), Franco-Prussiana (1870) e Secessão Americana (1861-1865). Durante a guerra da Secessão Americana, mais de 40.000 soldados dos exércitos da União foram atingidos.
Antes do início do século XIX, os relatos sobre a história das hepatites no Brasil são escassos, todavia no museu de Porto Velho - Rondônia, hoje desativado, encontrava-se uma urna funerária confeccionada pelos índios Aruak que habitaram esta região no período da descoberta do Brasil, ou seja, há mais de 500 anos atrás. A urna funerária de barro cozido representava um nativo pertencente à família Aruak e revela do ponto de vista médico alguns sinais e estigmas de cirrose hepática, tais como: ascite, umbigo protuso pelo aumento do volume abdominal (hérnia umbilical), ginecomastia e aranhas vasculares.
Somente no século XVIII foi introduzido pela primeira vez o termo hepatite por Bianchi JB, no clássico trabalho científico denominado História hepática sem Thoria et práxis omnius morborum hepatitis et bílis, publicado em 17252. Quando o