Hematotoxidade por chumbo
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HEMATOTOXIDADE POR CHUMBO1. Introdução e justificativa
O chumbo é um metal pesado, de elemento químico (Pb), tóxico, suficientemente mole para ser cortado com uma faca, porém impurezas como o antimónio, arsénio, cobre ou zinco tornam-no muito duro e é resistente à oxidação atmosférica e ao ataque dos ácidos clorídrico ou sulfúricos diluídos, mas é rapidamente dissolvido pelo ácido nítrico. Objetos que são feitos a partir de chumbo não podem ser utilizados para fins, pois os seus alimentos podem ser contaminados com os compostos do metal.
A intoxicação por chumbo pode ser considerada como uma perturbação crónica. Em certas ocasiões, os sintomas apresentam-se periodicamente. Algumas lesões, como a deficiência intelectual nas crianças e a doença renal progressiva nos adultos, podem ser irreversíveis. O risco de apresentar sintomas por intoxicação por chumbo aumenta à medida que aumentam os valores de chumbo no sangue. Com valores altos, o risco de lesão cerebral é grande, embora imprevisível. Valores baixos mas constantes aumentam o risco de deficiência intelectual a longo prazo.
Foram propostas várias hipóteses para explicar os efeitos moleculares de iões de chumbo (Pb2+) na saúde humana, a maioria delas baseadas em duas das suas propriedades químicas: (1) assim como iões de outros metais pesados (Hgn+, Ag1+), o Pb2+ forma sulfuretos estáveis (na verdade, mercaptetos) com biomoléculas tiólicas, tais como glutationa e proteínas, inactivando-as, e ; (2) Pb2+ substitui iões de Ca2+ e de Zn2+ em várias proteínas e enzimas, também resultando na perda da sua actividade biológica. A ligação de chumbo a estas biomoléculas e a fosfolípidos dispara eventos bioquímicos importantes que comprometem a vida celular e alteram a a composição e peroxibilidade de membranas biológicas, e a depleção de antioxidantes como glutationa e melatonina, inibição de enzimas-chave como Na+K+-ATPase, fosfocreatina quinase e nucleases e indução da oxidação de hemoglobina.
Ressalta-se