Hans Jonas O Princ pio Responsabilidade
CAMPUS MOSSORÓ
CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
JERFFESON GOMES DUTRA
HANS JONAS E O PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE
MOSSORÓ – RN
2014
Antes de O Princípio Responsabilidade de Hans Jonas não lidava diretamente com os seres futuros quanto à possibilidade de termos responsabilidades e deveres para com eles; apenas com aqueles que já existem (proximidade no tempo, embora não no espaço). Com Jonas inicia-se uma nova perspectiva quanto aos seres futuros exigirem eticamente compromisso daqueles que os gerarão - mesmo que ainda não tenham sido gerados. Jonas coloca, portanto uma questão antes em aberto, qual seja: não haveríamos de nos preocupar com quem realmente ainda não existia e quiçá poderia nem vir a existir. Contudo, Jonas assevera que não é bem assim, pois o futuro não pode ficar refém de atos irresponsáveis para aqueles que eventualmente venham a nascer tornando-o inviável para esses futuros (eventuais) seres. Em uma abordagem tout court é basicamente isso que torna o filósofo alemão um clássico contemporâneo: o ineditismo de suas reflexões sobre os seres futuros e a nossa responsabilidade para com eles.
Em O Princípio Responsabilidade analisam-se as éticas clássicas e modernas e procura demonstrar-se como estas não consegue lidar com a possibilidade ou com o futuro, mas apenas com a proximidade e com o presente. A partir dessa impossibilidade dos sistemas éticos clássicos e modernos, Jonas propõe sua tese: devemos evitar arriscar a vida humana futura, ou seja, diante dos avanços inevitáveis das tecnologias devemos nos perguntar se temos o direito de arriscar a vida futura da humanidade e do planeta. Jonas conclui que não devemos, embora tenhamos o poder tecnológico e a arrogância política, porque não temos o direito de estabelecer o fim da vida humana e planetária como um princípio ético válido, justificável. A fim de evitar a circularidade em seu raciocínio, Jonas toma como exemplo concreto a atitude dos