Hamlet
O príncipe Hamlet representa a covardia do homem. A humanidade tenta desde os primórdios do mundo, de acordo com a própria evolução, nomear, explicar e entender tudo que lhe é desconhecido. Tanto é assim, que nos diversificados tipos de sociedade de que se tem conhecimento – de tribos indígenas a esquimós – em todos existe algum tipo de crença relacionada a algo ou alguém além da compreensão humana, que recebe diversos nomes, a que se atribuem os acontecimentos inexplicáveis racionalmente e em torno do qual cada sociedade desenvolve sua própria forma de devoção.
O dramaturgo Shakespeare pertence ao século XVI, um período de transição do mundo medieval para o mundo renascentista. No primeiro, a visão era teocêntrica, Deus como centro de todas as coisas e tudo acontecendo conforme a Sua vontade. Assim, a divisão das pessoas em realeza e plebe, por exemplo, era um desígnio de Deus que devia ser aceita por todos sem questionamento ou inversão. Cada indivíduo era classificado por sua origem - família, crença ou nível social – por isso a honra era defendida com sangue, pois sem ela, ele perderia sua identidade. Já o mundo renascentista iniciou uma visão racional. Com as grandes navegações o homem começou a explorar os oceanos e conquistar novas terras, com a necessidade de desenvolver as técnicas vieram invenções de instrumentos, como a bússola, por exemplo. O homem se desenvolveu e percebeu que podia evoluir conforme a própria vontade e por isso era tão importante quanto Deus, nesse momento surge o antropocentrismo, o homem como centro do universo.
A Inglaterra, depois de sair vitoriosa da guerra contra sua invasora Espanha, tornou-se destino de comerciantes holandeses protestantes perseguidos pelos espanhóis, isso favoreceu a economia de Londres, desenvolveu a cidade e trouxe novas ideias que introduziram o Renascimento na Ilha Inglesa. Diferente dos católicos, os protestantes acreditavam que, sendo o homem a imagem e semelhança de