HAMLET: O PERSONAGEM CLÁUDIO E A AMBIGUIDADE EM SEU COMPORTAMENTO

HAMLET: O PERSONAGEM CLÁUDIO E A AMBIGUIDADE EM SEU COMPORTAMENTO

A peça Hamlet, do inglês William Shakespeare, é repleta de ensejos a respeito das relações humanas. Em muitas cenas é possível perceber várias das nossas características que tornam de fato seres humanos: os diversos sentimentos que experimentamos ao longo da vida – raiva, amor, tristeza, alegria, entre outros. Entre outras coisa, as nossas reações perante os acontecimentos da vida é que nos definem e nos fazem ser quem somos. A fúria num momento de desespero, o choro velado, a tristeza profunda, etc. Todos esses são sentimentos que nos compõem e nos completam, queiramos nós ou não. De certa forma, Hamlet é sobre isso. E para compor este breve ensaio, foi escolhida a cena III, do ato III, em que Cláudio expõe seus sentimentos.
Logo no início da peça, com a revelação de que Cláudio seria o culpado pela morte do Rei Hamlet, já nos prontificamos a odiá-lo e a olhá-lo com olhos de repulsa, nomeando-o o grande vilão da história. Ao entrar em cena para acusar o irmão de sua morte, o Fantasma, durante todo o ato, faz uso de recursos como o suspense e utiliza palavras duras ao revelar as verdadeiras nuances de sua morte, nos leva a esse tipo de sentimento.

“FANTASMA: Todo assassinato é infame:
Este é infame; perverso – monstruoso.
(...)
HAMLET: Ó, minha alma profética! Meu tio!
FANTASMA: Sim, essa besta incestuosa e adúltera (...)” (p. 36)

Durante a peça, à medida que conhecemos o personagem Cláudio e nos inteiramos do que ele fez – como se casar com a esposa do irmão morto quase imediatamente após sua morte, percebermos o desespero de Hamlet ao saber da verdade da morte de seu pai, vemos que Cláudio é mesmo uma pessoa sem caráter. Essa é a certeza, até o momento em que nos deparamos com a surpreendente cena de Cláudio se mostrando totalmente consciente de seus atos e de certa forma ele experimenta inclusive um sentimento de culpa.

“REI: Oh, meu delito é fétido, fedor que chega ao céu;
Pesa