György Lukács /Marx e Owen
Nascido no dia 13 de abril de 1885, György Lukács é considerado um dos mais influentes filósofos do século XX. Filho de um dirigente de uma das mais prósperas instituições bancárias da Hungria, obteve seu doutoramento em ciências jurídicas aos 21 anos e em filosofia três anos depois. Seu primeiro livro, História do drama moderno, foi publicado em 1911. Antes de mergulhar em Karl Marx, estudou com profundidade Hegel e Kant.
Aderiu ao Partido Comunista Húngaro em 1918, e teve papel de destaque na Revolução Húngara de 1919, nas posições, alternadamente, de comissário do povo na Instituição Pública da República Húngara, de comissário político do Exército Vermelho Húngaro no front e, depois, de militante clandestino, em Budapeste, depois que a revolução tinha sido sufocada.
Partiu depois para Viena, mantendo no exílio intensa atividade política. Viveu em Berlim e Moscou, retornando a seu país natal somente em 1945. Com a invasão dos soviéticos em 1956, é deportado para a Romênia, onde permanece prisioneiro até 1957, quando obtém permissão para regressar. No final de sua vida dedica-se a suas obras mais profundas e ambiciosas, morrendo em 1971 sem tempo de terminá-las.
Marx e Owen
Marx tem explicitamente em vista neste texto as propostas político-educacionais do socialista utópico britânico Robert Owen (1771-1858) (11) . De facto, para o Robert Owen de A New View of Society, o problema social parece ser de raiz um problema educativo. Toda a questão da miséria material e espiritual dos humanos parece colocar-se em termos de ignorância, de (in)consciência e do necessário conhecimento para as superar. Um só exemplo para o provar. A dado passo do terceiro ensaio daquela obra, R. Owen apresenta um elenco de «factos» que considera fundamentais. Deles destaco dois. O primeiro consiste no diagnóstico do problema: «todos os homens são assim agora erradamente educados, daí resultando a incoerência e a miséria do mundo.» O segundo