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7678 palavras 31 páginas
Junho 2014

[OUTRAS PALAVRAS]

O etnocentrismo e a construção do racismo
Gilberto Gomes Guedes, Thiago Araújo Guedes

Resumo: O presente artigo visa abordar a evolução do racismo e seu surgimento no decorrer da História. Trata-se de um estudo que passa pela Idade Clássica, Idade Média, até chegar à
Idade Contemporânea. O artigo possui como intuito, também, desmistificar as diferentes formas de discriminação, embasado em fatos históricos, como a Guerra da Secessão dos
Estados Unidos e a escravidão no feudalismo brasileiro. Desta forma, é explanado as principais diferenças na forma de segregação do estadunidense e do brasileiro, assim como todos os meios para a proteção do negro em tratados internacionais, leis pátrias e ações afirmativas. Palavras-chave: escravidão, Guerra da Secessão, racismo e legislação.
Introdução
O etnocentrismo significa a supervalorização da própria cultura em detrimento das demais.
“Todos os indivíduos são portadores desse sentimento e a tendência na avaliação cultural é julgar as culturas segundo os moldes da sua própria”.1 A supervalorização tem como objetivo preservar uma identidade cultural frente à possível difusão de preceitos de outras identidades. A cultura2, enraizada em uma civilização, é o alicerce para a visão de mundo, fundamentada rigidamente em seus valores e conceitos. Dessa forma, como afirma Roque de Barros Laraia, “a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo”.3
A construção do etnocentrismo e posteriormente do sentimento racista iniciou-se na
Antiguidade Clássica, onde gregos e romanos denominavam de ‘bárbaros’4 todos os estrangeiros que não falavam a sua língua, e que consequentemente, possuíam tradições,
1

MARCONI, Marina de Andrade; PRESOTTO, Zélia Maria Neves. Antropologia: uma introdução. São Paulo:
Atlas, 2005, p.32.
2

Conforme Laraia, “a primeira definição de cultura formulada do ponto de vista antropológico pertence a
Edward Tylor, e aparece no primeiro

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