Guerra do paraguai
Brasil e Paraguai, com a entrada posterior de Uruguai e Argentina ao lado do país tupiniquim, protagonizaram um dos conflitos mais sangrentos de que se tem registro no continente americano, com baixas civis e militares em torno de 300 mil pessoas. Andando pelas ruas de Pedro Juan Caballero, capital do Estado de Amambay no Paraguai, cidade vizinha de Ponta Porã, ao perguntar o porque da guerra, os paraguaios não têm dúvidas. “O Brasil foi culpado, a Inglaterra deu dinheiro para o Brasil invadir aqui. Ponta Porã, Amambaí, Bela Vista, até Dourados, era tudo Paraguai. Pegaram da gente”, comenta Raul Lopez Arguero, que estava em frente à uma praça onde lia o jornal local. O ensino no Paraguai também contribui para uma visão de um “Grande Paraguai”, quase socialista em 1864, super desenvolvido e que foi atacado por seus vizinhos. Na “Escuela Básica n°710”, no centro de Pedro Juan e que não por acaso leva o nome de “Don Carlos Antônio Lopez”, pai de Solano López, o líder paraguaio que fez guerra ao Brasil, a coordenadora Ilda Gauto, explica que o Paraguai da época produzia suas próprias riquezas, tendo inclusive vendido ferro aos Estados Unidos, uma produção saída de Ibicuy. “A Inglaterra não estava gostando desse crescimento e ‘forçou’ o conflito. Depois disso o Brasil invadiu tudo. O ferro que era nativo, acabou, os morros perto de Ibicuy sumiram com a artilharia brasileira, Assunção foi saqueada, todo o ouro foi levado. Devolveram depois, já na época do Governo Sarney uma cadeira de diamantes e um cetro que pertencia à Don Carrlos Antônio Lopez, mas foi só”, lamenta Ilda. A coordenadora disse também que a visão dos paraguaios em torno da figura de López é muito controversa. “Há duas versões, os que apóiam e os que o detestam. Quem era mais rico culpa López por ter perdido tudo na guerra e quem era mais pobre vê nele um líder. Claro que depende muito também de quem está no poder. Os Blancos (Liberais) diziam que o López era bom e agora com