Guerra do Contestado
Além disso, uma estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande do Sul estava sendo construída por uma empresa norte-americana Brazil Railway Company), com apoio dos coronéis (grandes proprietários rurais com força política) da região e do governo. Isso acabou agravando o problema social ali instalado, pois a empresa comprou uma extensa área para construção desta estrada, onde diversas famílias já estavam instaladas. Após viabilizar o processo de desocupação das terras, a companhia atraiu a mão-de-obra de mais de 8 mil operários que participaram da gigantesca obra.
Nesta época, as regiões mais pobres do Brasil eram terreno fértil para o aparecimento de lideranças religiosas de caráter messiânico. Na área do Contestado não foi diferente, pois, diante da crise e insatisfação popular, ganhou força a figura do Beato José Maria. Este pregava a criação de um mundo novo, regido pelas leis de Deus, onde todos viveriam em paz, com prosperidade, justiça e terras para trabalhar. José Maria conseguiu reunir milhares de seguidores, principalmente camponeses sem terras.
Os soldados e policiais começaram a perseguir o beato e seus seguidores. Armados de espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil rebeldes, na maioria camponeses, morreram. O líder José Maria também fora morto.