GUERRA DE CANUDOS
Miséria, fanatismo e violência O álbum fotográfico de
Flávio de Barros: memória e representação da guerra de Canudos
INTRODUÇÃO
A Guerra de Canudos, que ocorreu entre 1896 e 1897, e provocou a morte de 15 mil pessoas, entre sertanejos e militares, foi um dos mais violentos conflitos da história brasileira.
O nordeste brasileiro vivia nas últimas décadas do século XIX uma de suas piores crises econômicas e socias.
Entre 1877 e 1880, só em Fortaleza morreram 64 mil pessoas vitimadas pela seca. Quando foi proclamada a República, em 1889,uma nova seca ameaçava a população, cuja média de vida não ultrapassava os 27 anos.
Canudos, no sertão da Bahia, era uma fazenda abandonada, quando ali se instalou o fanático religioso Antônio Maciel, conhecido como
Conselheiro. Em pouco tempo, em torno do líder religioso formou-se uma cidade de pessoas miseráveis e abandonadas a própria sorte. A cidade que passou a se chamar Belo Monte, chegou a contar com cerca de 15 mil a 25 mil habitantes, população superada na época apenas pela de
Salvador.
Canudos era uma pequena aldeia que surgiu durante o século 18 às margens do rio Vaza-Barris. Com a chegada de Antônio Conselheiro em
1893 passou a crescer vertiginosamente, em poucos anos chegando a contar por volta de 25
000 habitantes. Antônio Conselheiro rebatizou o local de Belo Monte, apesar de estar situado num vale, entre colinas.
A situação na região, à época, era muito precária devido às secas, à fome, à pobreza e à violência social.
Esse quadro, somado à elevada religiosidade dos sertanejos, deflagrou uma série de distúrbios sociais, os quais, diante da incapacidade dos poderes constituídos em debelá-los, conduziram a um conflito de maiores
CONFLITO
Isolados, alheios a pagamentos de impostos e à oficialização da cidade junto ao estado , seus moradores logo passaram a ter problemas com a Igreja e com as leis locais, o que originou o conflito. Além disso, os sermões do conselheiro não