Guerra de Canudos
No dia 1o. de dezembro de 1902, o escritor Euclides da Cunha lançava “Os Sertões”, um dos livros mais famosos da literatura brasileira. A obra trata da Guerra de Canudos (1896-1897), no interior da Bahia, conflito que Euclides da Cunha acompanhou como correspondente do jornal “O Estado de São Paulo”. O livro é ao mesmo tempo um relato jornalístico, histórico e de literatura. A obra é dividida em três partes: “A terra”, “O homem” e “A luta”. A primeira é composta por relatos sobre a natureza do local, como relevo, o solo, fauna, a flora e o clima da região nordestina. Nesta parte, Euclides relatou o drama enfrentado na região por conta da seca.
Na parte “O homem”, o escritor julgava que as pessoas são produto do meio (geografia), da raça (hereditariedade) e do momento histórico (cultura). O autor faz uma análise da psicologia do sertanejo e de seus costumes. Como a maioria na sua época, ele acreditava numa “raça superior”, e considerava que o sertanejo estava na parte inferior desta hierarquia, em que os de pele clara eram mais valorizados.
Em “A luta”, Euclides contra com grande riqueza de detalhes como foi a Guerra de Canudos, que dizimou a população da cidade homônima. O autor ainda aborda no livro a diferença entre os povos litorâneos e interioranos. No litoral, segundo ele, estavam os polos de desenvolvimento político e econômico, enquanto que no interior havia atraso econômico, o que resultava na fome e miséria da população. No entanto, ao tratar de Canudos, Euclides indica que tanto uma área como a outra se encontravam em um estado não civilizado da humanidade, por conta da crueldade usada para reprimir o movimento de Antônio Conselheiro.
Guerra de Canudos
No dia 5 de outubro de 1897 terminava a Guerra de Canudos ou Campanha de Canudos, confronto entre o Exército Brasileiro e os integrantes de um movimento popular liderado por Antônio Conselheiro. O conflito teve início em 1896 na então comunidade de