Guerra Civil Espanhola
A Espanha, mesmo sendo do continente europeu, era um país periférico. Sua história estava paralela ao do resto da Europa. Em 1931, um grupo de liberais anti-clericais e maçons, no estilo do século XIX, proclama a República. Bem intencionados, promovem uma Constituinte, cujo resultado é insatisfatório para as correntes extremistas.
A fermentação social é intensa nos campos e nas cidades. O leque esquerdista, que vai desde o moderado PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) até a ultra-esquerda anarquista, cuja ação revolucionária transgride os limites constitucionais, exige reformas, principalmente a agrária, já que 1% dos proprietários detém 51,5% de toda a terra. A lentidão da direita liberal levanta uma onda anarquista de greves, atentados à bomba, assaltos a quartéis e ocupação de prefeituras nas regiões de Valência e Catalunha. Isso apavora a ultra-direita, composta por monarquistas, católicos conservadores, grupos pequenos de tendência fascista como a Falange Espanhola e militares direitistas.
O estopim do conflito é o resultado das eleições de 1936. A esquerda, no embalo das coligações anti-fascistas, mirando o exemplo francês, formou a Frente Popular. O programa da coalizão inclui a anistia geral, a aplicação da reforma agrária e do estatuto de autonomia da Catalunha, a modificação das leis Municipais, Provinciais e da Ordem Pública, e a ampliação do ensino público primário e secundário (ensino fundamental).
A vitória esquerdista é apertada, com 4.654.116 votos contra 4.503.524 dos direitistas. Os centristas fizeram 526.615 votos. A Espanha estava dividida.
Os setores ultraconservadores se aliam e buscam uma solução extralegal, diante da possibilidade de reformas progressistas. Optaram pelo golpe de Estado, comandado pelos setores conservadores do Exército. Essa fórmula surrada teria chances