Grupo indígena Deni
Os Deni são uma tribo indígena do ramo Arawa, que habita um território de 1.530.000 hectares no coração da selva amazónica brasileira, entre os rios Cuniuá e Xeruã, a 10 dias de barco de Manaus. A relação entre o Greenpeace e os Deni começou em 1999, quando a organização descobriu que a WTK, gigante madeireira da Malásia, havia adquirido terras sobrepostas à terra Deni, na Amazónia brasileira. A WTK pretendia explorar a madeira da área para produção de compensados. A lei considera os direitos indígenas sobre a terra como sendo um direito originário, por isso a demarcação de terras indígenas é um reconhecimento pelo governo do que é dos índios. Os Deni pediram então ajuda ao Greenpeace para lutar pela demarcação que já esperavam desde 1985. Eles sabiam que o reconhecimento constitucional dos direitos sobre o seu território, era a única maneira de garantir a integridade do ambiente do qual dependem para sobreviver. Este era o único caminho legal para manter a WTK fora dos limites de sua terra natal. Faltava convencer o governo brasileiro a dar andamento ao reconhecimento, mapeamento e posterior demarcação da terra indígena. O processo, no entanto, ficou emperrado na burocracia do Ministério da Justiça. Cansados de esperar, os Deni anunciaram a sua intenção de realizar a demarcação, independentemente do governo. Em 2001 o Greenpeace convidou outras organizações - o Cimi (Conselho Indígena Missionário) e a Opan (Operação Amazónia Nativa) - com grande experiência no trabalho com povos indígenas na Amazónia, para juntos formularem um projecto que capacitasse osDeni a delimitar os limites tradicionais de sua terra, num processo de auto-demarcação que foi efectivado à revelia das autoridades. Algum tempo e bastantes contrariedades depois, os esforços dos Deni foram finalmente reconhecidos. A Portaria Demarcatória foi assinada pelo então Ministro da Justiça, José Gregori, e formalmente anunciada em Brasília. O decreto reconhecia formalmente o