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DAS CRIANÇAS BRINCANTES À BRINCADEIRA NA ESCOLA
Tânia de Vasconcellos
Mayara Rodrigues
Sâmia Cristina Ferreira
Tamyres Bernardino
Universidade Federal Fluminense [e-mail] Uma vez, quando eu era menina, choveu grosso, com trovoada e clarões, exatamente como chove agora.
Quando se pôde abrir as janelas, as poças tremiam com últimos pingos.
Minha mãe, como quem sabe que vai escrever um poema, decidiu inspirada: chuchu novinho, angu, molho de ovos.
Fui buscar os chuchus e estou voltando agora, trinta anos depois. Não encontrei minha mãe.
A mulher que me abriu a porta riu de dona tão velha, com sombrinha infantil e coxas à mostra.
Meus filhos me repudiaram envergonhados, meu marido ficou triste até a morte, eu fiquei doida no encalço.
Só melhoro quando chove.
Adélia Prado

Este artigo que assinamos juntos, alunos da graduação e pesquisador, é fruto da nossa experiência comum nos últimos dois anos. Esta pesquisa, até o presente, desenvolveu-se em duas direções entendidas como complementares. A primeira no campo da

formação

inicial

de

professores,

que

consistiu

na

intervenção

lúdico/artístico/poética na abordagem dos temas da infância em uma disciplina teórica com estudantes do terceiro período de pedagogia.
A segunda buscou inserir estudantes que viveram essa experiência em grupos da educação infantil de uma escola pública de Santo Antônio de Pádua-RJ com o propósito de observar como se estabelecia a brincadeira entre as crianças e como ela era recebida pelos professores quando aparecia na sua forma espontânea e de que formas a brincadeira permeava a ação educativa do professor.
Minha experiência na educação teve início como professora de teatro de crianças da Creche e Pre-Escola no contexto efervecente das escolas experimentais do Rio de
Janeiro nos anos finais da década de 70. Por quase uma década estive imersa na
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vivência das práticas teatrais com crianças pequenas. No entanto, na formação de professores não havia ainda lançado