Gregos E barbaros
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA / PROFESSORA: Lorena Lopes Vilmara Cristina Pereira de Oliveira
DESENVOLVIMENTO E CONSOLIDAÇÃO DO CONCEITO GREGO “BÁRBARO” A PARTIR DA ODISSÉIA DE HOMERO.
É interessante notar que apesar do conceito e/ou ideal grego sobre os bárbaros estar presente nos grandes épicos de Homero a palavra barbaroi tem raríssimas aparições. Acredita-se que, inicialmente, este termo era usado pelos gregos para definir todos os povos que não fossem de descendência grega ou todos aqueles cuja língua materna não era o grego. Porém, ao analisarmos a literatura helênica, fica claro que o significado do termo sofreu modificações adotando, cada vez mais, um sentindo pejorativo e depreciativo, pautado por forte etnocentrismo. A tese aqui defendida é que esta conotação negativa foi construída através de um processo de contraposição e comparação entre as culturas gregas e as demais e que, mesmo quando apropriado por outras civilizações, o termo, apesar de modificações, manteve este caráter.
Porque os gregos se consideravam tão superiores a ponto do grande filósofo Aristóteles afirmar em seus escritos: “O grego tem direito de mandar nos bárbaros.”? A resposta para tal está relacionada com os valores cívicos desenvolvidos, e, segundo acreditavam os gregos, possíveis de serem desenvolvidos apenas na pólis. Outra passagem de Aristóteles explicita o valor que os gregos dão a atividade política desenvolvida na cidade. Explicita, também, o descaso para com aqueles que não adotavam este meio de vida social
É evidente, pois, que a cidade faz parte das coisas da natureza, que o homem é naturalmente um animal político destinado a viver em sociedade, e que aquele que, por extinto e não por qualquer circunstancia o inibe deixa de fazer parte de uma cidade é um vil ou superior ao homem tal indivíduo merece como disse Homero, a censura cruel de ser sem família, sem leis, sem lar. Porque