Valores : conceitos teóricos Neste artigo são apresentadas algumas das questões conceituais e teóricas que nortearam a implantação do Ensino Religioso nas escolas públicas de São Paulo. Defendendo o ensino público laico, a diversidade, o multiculturalismo e o pluralismo, o estudo dos fenômenos religiosos foi valorizado como patrimônio cultural e histórico, enfatizando as diversas expressões e crenças definidas como religiosas no campo da História Cultural. Chamando a atenção para os diferentes sentidos e usos de termos que, em determinada situação, geram crenças, ações, instituições, condutas, mitos, ritos. Como atividade pedagógica, o trabalho com a diversidade religiosa se torna elemento central de ação pró-ativa em favor de atitudes de tolerância e respeito às diferenças e compreensão da alteridade. Ao elaborar uma proposta teórica conceitual adequada ao projeto de implantação do Ensino Religioso nas escolas públicas do Estado de São Paulo, alguns desafios foram apresentados. Em primeiro lugar, em se tratando de escola pública, havia que garantir a separação entre Estado e religião considerando que aquele não deve patrocinar “ensino de religião”. Numa sociedade democrática essa é uma questão de foro íntimo, de decisão própria. Ensino de religião, entendido como catequese ou pregação apologética de uma determinada expressão religiosa, é um direito de instituições religiosas, mas deve ser realizado em escolas confessionais, seminários ou círculos de estudo e não no âmbito das escolas públicas, não-confessionais. A defesa desse princípio de separação norteou todo o material produzido, bem como as capacitações feitas com os profissionais da rede estadual de ensino (atp’s, diretores e professores). Como ênfase central do trabalho estabelecemos alguns pressupostos, partindo da noção de diversidade. Somos diversos. Essa verdade fundamental é sempre