Graça Aranha e Canaã
Graça Aranha (1868-1931) nasceu em São Luís, Maranhão, no dia 21 de junho de 1868. Filho de família rica e culta o que favoreceu e seu desenvolvimento cultural. Cursou a Faculdade de Direito do Recife, onde foi discípulo de Tobias Barreto, cujas ideias o influenciaram, como revela seu primeiro trabalho, o prefácio à Concepção monística do universo, de Fausto Cardoso. Formou-se em 1886 e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde seguiria a carreira de juiz. No mesmo ano da Proclamação da República, 1889, já era magistrado em Campos, estado do Rio. Em 1890, foi nomeado juiz municipal em Porto Cachoeiro, Espirito Santo. Nesse município ele buscou elementos necessários para criar sua obra mais importante, Canaã. Esta é um marco do chamado pré-modernismo, publicada em 1902, junto com a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha.
Graça Aranha apresentou uma visão filosófica e artística assimilada de fontes muito diferentes e às vezes contraditórias.
Entre 1900 e 1920, como diplomata do Itamarati, desempenhou várias missões diplomáticas na Inglaterra, Itália, Suíça, Noruega, Dinamarca, França e Holanda, acompanhando também os rumos da arte moderna lá fora. Em 1911 publicou a peça Malazarte, escrita simultaneamente em francês e português, e levada à cena em Paris no Thêatre de l'Oeuvre. Nela procurava criar um símbolo para o Brasil, seguindo os modelos de Ibsen (principal representante da literatura escandinava no século 20, dedicou sua vida ao teatro como diretor e autor).
Em 1920 regressou ao Brasil, convencido de que a literatura brasileira precisava mudar, um ano depois publicou o livro de ensaios A Estética da Vida.
Passa a integrar o movimento que revolucionou o país, a Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo, sendo um dos seus organizadores, quando pronunciou o texto