Gravidez na adolescência
Acreditamos que as causas da gravidez de adolescentes pertencentes à comunidades sócio-economicamente carentes estejam ligadas a questões psicológicas, de fundo emocional e não conscientes. Assim, não bastam campanhas de prevenção, informações sobre métodos contraceptivos ou distribuição de pílulas e preservativos nos postos de saúde. Percebemos que, apesar destes procedimentos, a gravidez na adolescência nesta classe social é uma situação que perpassa gerações e gerações. A maioria destas jovens, segundo pesquisas mencionadas neste projeto, também são filhas de mães que engravidaram na adolescência.
Engravidar e tornar-se mãe parece um refúgio fantasioso da realidade de desesperança diante das precárias condições em que vivem e uma possibilidade, ainda que ilusória, de ter esperança, de receber um pouco mais de atenção, de ser especial e sentir-se real de alguma forma. Assim, a adolescente grávida parece misturar a fantasia à realidade, tal como um bebê. Além disso, o período da adolescência naturalmente atualiza e traz à tona vivências primitivas. Cuidar desse “bebê” (mãe) que espera outro bebê em seu ventre, oferecendo-lhe um ambiente acolhedor e confiável é um primeiro passo de fundamental importância para que ela possa amadurecer e ocupar gradativamente e de forma mais saudável e efetiva seu novo lugar de genitora. Uma vez mais amadurecida, poderá fazer escolhas futuras com maior autonomia e consciência.
Diante dessas questões, foi elaborado o Projeto GESTAR, que oferece apoio às adolescentes gestantes que não foram atingidas pelos programas de prevenção, um espaço de cuidado e desenvolvimento tanto para elas quanto para seus bebês.
Justificativas
No Brasil, a porcentagem de mulheres em idade reprodutiva (mais ou menos entre 15 e 49 anos) que tiveram filhos é de 63%, sendo que 7,6% têm entre 15 e 17 anos (IBGE, 2008); o que equivale a mais de 7 milhões de adolescentes que engravidaram nos últimos 10 anos.
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