Gravidez na adolescencia

INTRODUÇÃO

Extrapolam-se os conceitos, avolumam-se as estatísticas sobre a gestação em adolescentes. Para a Lei nº 8.069 (de 13 de julho de 1990, com o objetivo de garantir à criança proteção à vida e à saúde, juntamente com outras medidas), que alberga o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a definição de adolescente centra-se naquela pessoa entre 12 e 18 anos. Entretanto, para a Organização Mundial da Saúde (OMS) este período está compreendido entre 10 a 19 anos. Alguns autores tentam fazer a correspondência com as teenagers, muito comum nos trabalhos anglo-saxônicos que versam sobre gestação na adolescência, porém a faixa etária correspondente às teens está compreendida entre os 13 (thirteen) e os 19 (nineteen), o que não está em correspondência nem com os índices mundiais, tanto o Ministério da Saúde (MS) como as Secretarias de Saúde de estaduais e municipais utilizam os padrões da OMS na sua coleta de dados.
O primeiro relato sobre sexualidade na adolescência no Brasil data do século XVI, ou, mais precisamente, dos dias que se sucederam à descoberta em Porto Seguro.
O exercício da sexualidade é um direito de todos. Em pesquisa feita junto aos adolescentes, em várias regiões do estado do Rio de Janeiro, podemos observar que existe um hiato entre a idealização e a realidade entre os adolescentes. Enquanto o inicio da atividade sexual idealizada pelas adolescentes era aos 17 anos e o primeiro filho aos 23, entre os adolescentes caía para os 16 anos, apesar de também acharem que a idade de 23 anos seria ideal para serem pais. Apesar desta idealização, a grande maioria informava conhecimento sobre os métodos anticoncepcionais, principalmente a pílula e a camisinha.
É necessário abrir espaço para diálogo, para que as adolescentes que engravidam, possam ser atendidas precocemente, sem a inflexibilidade dos serviços obstétricos, que ao arrepio da lei, seja a Constituição Federal ou o ECA, negam-lhes atendimento pré-natal, se decorridas as primeiras 16