Gramática e fernando pessoa
Alberto Caeiro é o “Mestre” que se apresenta como um despretensioso “guardador de rebanhos”.
Caeiro é o único que atinge o estádio de felicidade através da rejeição da metafísica e valoriza o apreender do conhecimento pelas sensações não intelectualizadas – o sensacionismo (“pensar é estar doente dos olhos”). Caeiro reflete o seu gosto pela natureza nos poemas, usando o verso livre, num estilo coloquial e espontâneo. Remete para uma observação cuidadosa do mundo, onde o panteísmo o guia - Deus está em tudo, e todos os objetos são divinos.
Em suma, a apologia do ato de sentir como valor central do conhecimento, anula o pensamento metafísico, eliminando a dor de pensar de ortónimo e recusando a introspeção, remetendo o real objetivo.
120 Palavras
Ricardo Reis
Ricardo Reis reconhece a efemeridade da vida, tendo plena consciência da dor provocada pela natureza fugaz no ser humano.
Consciente do poder implacável do Destino, que condiciona a existência humana como uma mera passagem, tendo como fim a morte, Reis é defensor de uma filosofia de vida estoico-epicurista, capaz de o conduzir numa existência sem inquietações e sem angústias (ataraxia), aceitando o destino que lhe é imposto, e contentando-se em gozar a vida moderadamente e através do exercício da razão.
Em suma, como só temos acesso ao momento presente, cabe ao ser humano viver e aproveitar esse momento (“carpe diem”). Reis revela assim, na sua poesia, uma profunda e serena mágoa, resultante da consciência do poder devorador do tempo.
119 Palavras
Álvaro de Campos
Álvaro de Campos anseia desmedidamente ‘’Sentir tudo de todas as maneiras’’. É o poeta do moderno e das máquinas.
Esta é a fase futurista-sensacionista. Este desmesurado sensacionismo origina um estilo extravagante que exalta o ponto mais alto do Modernismo em Portugal (“Ode Triunfal”).
Numa fase posterior, intimista, Campos caracteriza-se pela incapacidade de realização, regressando ao abatimento. Após um período