Gramatica de Panini

A Gramatica de Panini- Introdução A civilização hindu é uma das sociedades mais antigas do mundo e cabe-lhes um lugar importante na história da linguística. Não apenas pelo brilhante modo como se ocuparam de sua língua e pela exatidão de como analisaram os sons e as formas do antigo indiano mas, principalmente, pela influência que exerceram sobre os indianistas europeus do século XIX e criadores da gramática comparativa. A religião bramânica, que por milênios formou a espinha dorsal da cultura indiana, conservava livros sagrados, constituídos por coleções de hinos e orações, chamados de Mantras. Estes livros antigos, os Vedas, datam aproximadamente 1500 a.C. Como a língua dos tais textos se tornou difícil e antiquada, os sábios passaram a se encarregar de ensinar a interpretá-los. Da língua dos textos, passaram a explicar a língua das classes nobres, formulando listas e regras de formas descritivas do tipo correto de língua, a que finalmente chamaram sânscrito.
O mais antigo tratado conhecido a tal respeito é a Gramática de Panini. Panini foi o importante gramático indiano que possibilitou o uso do Sânscrito sem, contudo, torná-lo uma língua falada, sujeita a transformações. Sua obra consta de aproximadamente 4.000 regras precisas dispostas a serem transmitidas oralmente e poderem ser facilmente guardadas na memória. Através de sua gramática, construiu a estrutura completa da linguagem sânscrita, dando uma detalhada teoria científica de fonética, fonologia e morfologia. Assim, o sânscrito, até então chamado védico, adquiriu sua forma clássica.
Os gramáticos hindus superaram os gregos e romanos pelas observações exatas sobre a formação fisiológica de cada som e pelos relacionamentos detalhados entre sons semelhantes e processos fonéticos. Pela decomposição vocabular, chegaram às formas flexivas distintas, como os casos (nominativo, acusativo, instrumental, dativo, ablativo, genitivo, locativo) e às diferentes formas verbais.
No início do século XIX, onde a