Governo Geisel
Geisel nasceu no Rio Grande do Sul , filho de um alemão protestante que emigrou para o o Brasil em 1890, tornado-se professor. Ao lado da careira no Exercito, o general ocupara postos administrativos, sendo o mais importante o de presidente da Petrobrás. Tinha também os olhos postos na política. Colaborou com o governo Dutra e ajudou a formular o compromisso que garantiu a posse de João Goulart em 1961. Suas ligações com o grupo castelista eram notórias, como membro do corpo permanente da ESG e chefe da Casa Militar de Castelo Branco. Nesse cargo, contribuiu para manter a “linha-dura”, a distância.
A indicação de Geisel representou um triunfo dos castelistas e, conseqüentemente, uma derrota da linha-dura. Seria equivocado pensar porém que ele tivesse recebido um mandato de uma corrente no interior das Forças Armadas favorável à liberação do regime. No âmbito da corporação militar Ernesto Geisel foi escolhido pela valorização de sua capacidade de comando e suas qualidades administrativas. Pensou também na escolha o fato de que o futuro presidente era irmão do ministro do Exercito Orlando Geisel, embora este tenha realizado a político dos duros.
A formalização da escolha do General Geisel para presidente permitiu que o MDB mostrasse seu significado como agrupamento político de oposição. O governo Geisel se associa ao inicio da abertura política que o general presidente definiu como lenta, gradual e segura. Na prática, a liberação do regime, chamada a principio de distensão, seguiu um caminho difícil, cheio de pequenos avanços e recuos. Isso se deveu a vários fatores. De um lado, Geisel sofria pressões da linha-dura, que mantinha muito de sua força. De outro, ele mesmo desejava controlar a abertura, no caminha de uma indefinida democracia conservadora, evitando que a oposição chegasse muito cedo ao poder. Assim, a abertura foi lenta, gradual e insegura, pois a linha-dura se manteve como uma continua ameaça de retrocesso até o fim do governo