GOVERNO DE VARGAS E A EDUCAÇÃO NO ESTADO NOVO
Esse trabalho foi elaborado com objetivo de analisar como o setor educacional brasileiro foi moldado para se adequar aos interesses das forças dominantes através da Reforma Capanema que manteve na educação nacional as características dualistas. É também analisado neste trabalho a participação do setor educacional na construção mitológica do Estado Novo, principalmente na figura de Getúlio Vargas.
O Governo Vargas e a Educação Brasileira
O processo de reconstrução nacional, ligado aos movimentos civis organizados, contou com os intelectuais liberais escolanovistas, em meados de 1870 e inicio da república, defendiam um ensino público laico, obrigatório e gratuito. Os católicos conservadores não viam com bons olhos os discursos ligados aos princípios da Escola Nova.
As disputas em torno da educação nacional neste período revelam interesses diversos, por vezes contraditórios, pois o consenso em torno da necessidade de uma educação moderna se traduzia em disputas quanto à maneira de se chegar lá por meio da educação.
As disputas são levadas a cabo na IV Conferência Nacional de Educação, realizada pela Associação Brasileira de Educação (ABE) entre os dias 13 e 20 de dezembro de 1931, na cidade do Rio de Janeiro.
O manifesto da Educação é um documento que merece ser conhecido, não só pelo que defendia, mas pelo que representou e representa até hoje para a educação nacional.
Ghiraldelli (1991) em seu texto informa que as escolas secundárias desse período, em sua maioria, pertenciam “à iniciativa privada e seu programa apresentava vasta abrangência de conteúdos, um sistema rígido de avaliação e a obrigatoriedade de um exame de admissão, afastando boa parte da escola” e grande parte da população. Segundo o autor, essa exclusão não deixava dúvidas sobre o caráter elitista desse grau de ensino e o aspecto seletivo da trajetória escolar.
Em relação ao ensino primário, esse continuou sob a