Governança corporativa
O sistema de governança corporativa de um país engloba normas formais e informais, junto com práticas aceitas e mecanismos de fiscalização, públicos e privados. Esse conjunto governa as relações entre as pessoas que controlam efetivamente as empresas (os insiders: pessoas de dentro da empresa que detêm informações privilegiadas) e as que nelas investem. As empresas bem administradas, que comercializam ativamente suas ações, deveriam conseguir financiamento de investidores não controladores a custos significativamente menores do que os das empresas com administração deficiente, em razão do prêmio que os investidores potenciais podem exigir pelo risco de investir em companhias não tão bem administradas.
A governança corporativa continua sendo considerada por alguns como pouco importante em termos relativos para os países em desenvolvimento. Isso se deve em grande parte ao pequeno número de empresas nesses países que comercializam amplamente suas ações.
A má qualidade dos sistemas locais de governança corporativa está no cerne de um dos maiores desafios enfrentado pela maioria dos países em desenvolvimento: como conseguir transformar — muitas vezes enfrentando a resistência aberta ou disfarçada de poderosos grupos de interesse enraizados no país — os sistemas locais de governança política e econômica, inclusive os sistemas de governança corporativa, convertendo sistemas que tendem a ser extremamente personalizados e com forte base em relacionamentos em outros com base efetiva em normas.
Em muitos países que hoje fazem parte da OCDE, a conversão dos sistemas de governança econômica e política com base principalmente nos relacionamentos para sistemas com base em normas ocorreu muito antes do surgimento espetacular e da rápida disseminação mundial das corporações industriais gigantescas e da passagem do capitalismo proprietário (baseado em empresas de propriedade individual, não constituídas) para o capitalismo corporativo global, no final do