TRANSPARÊNCIA NO TERCEIRO SETOR: UM ESTUDO SOBRE AS ORGANIZAÇÕES FILANTRÓPICAS Autores: Alexandra Ribeiro Soldi, Claudia Regina Hatz, Gilmar Rinaldini dos Santos, Meyriane Martins da Silva Orientador: Marco Antonio Figueiredo Milani Filho RESUMO O presente trabalho objetivou conhecer o nível de transparência das organizações filantrópicas de São Paulo, assim como evidenciar fatores que contribuam para uma prática transparente nessas organizações. No Brasil, existem cerca de 5.240 entidades reconhecidas oficialmente como filantrópicas e que atendem diferentes demandas sociais. Por movimentarem recursos públicos e privados, essas organizações deveriam oferecer aos seus stakeholders informações úteis e confiáveis para o monitoramento dos recursos alocados e avaliação das ações sociais. Este estudo exploratório estabeleceu critérios para a avaliação do grau de transparência apresentado pelas entidades. Considerou-se uma amostra de 235 organizações filantrópicas paulistanas. Os dados foram coletados em fontes primárias e secundárias, como questionários, pesquisa em websites das organizações e relatórios de atividades. Os resultados apontaram que, apesar da necessidade de prestação de contas à sociedade, 49% das organizações filantrópicas apresentam um reduzido nível de transparência, 47% podem ser consideradas parcialmente transparentes e, somente, 4% foram consideradas transparentes. Palavras-chaves: organizações filantrópicas, transparência, stakeholders, prestação de contas. 1. Introdução A participação do Terceiro Setor no cenário brasileiro é relevante, suprindo ou complementando muitas necessidades sociais não atendidas pelo Governo. Estima-se que o setor movimente 1,5% do PIB e reúna cerca de 276 mil organizações (GIFE, 2001). Considerando-se os recursos financeiros e não-financeiros recebidos, além dos benefícios fiscais previstos pela legislação, as entidades do Terceiro Setor estabelecem relações com diferentes grupos de interesses (stakeholders) nas esferas