Gol linhas aereas
Ao que tudo indica, a rivalidade histórica existente entre concorrentes se deve a sua diversidade de in¬teresses e culturas organizacionais. Assim, conforme mencionado acima, desde que a VARIG assumiu a hegemonia da indústria, as divergências prevalece¬ram no relacionamento entre as empresas aéreas.
A VARIG até o advento do Governo Fernando Henri¬que Cardoso era uma empresa tutelada pelo Estado com cerca de 49% do mercado doméstico de passa¬geiros e quase a totalidade da parcela do mercado internacional transportado pelas empresas aéreas brasileiras.
Em anos anteriores, quando havia controle de preços, à VARIG interessava que as tarifas domésticas fos¬sem as mais baixas possíveis, ocorrendo o contrário com as tarifas internacionais. Com isso, ao mesmo tempo em que garantia sua rentabilidade, promovia a asfixia de suas concorrentes.
Por outro lado, tendo governanças corporativas to¬talmente distintas (a VARIG, instituição do terceiro setor; VASP, empresa de governo estadual; e Trans¬brasil, empresa familiar) as empresas aéreas nunca conseguiram uma convivência que não fosse destru-tiva.
Nem a emergência da TAM, empresa de apenas um único dono, na década de 90, nem a privatização daVASP alteraram o quadro de diversidade de interesses e de culturas organizacionais. A propósito, a aquisi¬ção da VASP, também por uma empresa de um único dono, veio a aumentar a rivalidade entre os concor¬rentes. Dessa maneira, adotando condutas não usu¬ais desde o seu advento ao setor, a direção da VASP a fez se isolar das demais empresas aéreas.
A Gol, chegou à indústria em janeiro de 2001, vin¬do de um outro setor (transportes coletivos urbanos e rodoviários), com um formato operacional muito mais