Globalização x Mundialização
A globalização na concepção de BRAGA (2001), é o ápice visível neste tempo histórico do desenvolvimento capitalista e de sua irracionalidade. Irracional, porque projeta um descolamento crescente dos valores mercantis face aos fundamentos econômicos, registra uma sociabilidade cada vez mais problemática, e transtorna as nações articuladas de território-patrimônio e Estado-Nação. Trata-se, contudo, de uma irracionalidade inteligível desde a lógica mesma do capital e de seu movimento histórico por libertar-se dos controles que a sociedade tenta lhe impor e inteligível, pela política pensada amplamente, como antídoto ao economicismo.
A globalização, para CHESNAIS (1996), é a expressão das "forças de mercado" por fim liberadas dos entraves nefastos erguidos durante muito tempo. De resto, para os turiferários da globalização, a necessária adaptação pressupõe que a liberalização e a desregulamentação sejam levadas a cabo, que as empresas tenham absoluta liberdade de movimentos e que todos os campos da vida social, sem exceção, sejam submetidos à valorização do capital privado.
A globalização não é somente o novo dogma dos economistas, mas é principalmente a nova racionalidade das instituições internacionais e multilaterais e dos Estados nacionais; tudo acontece ou deve acontecer de uma determinada forma em função e como conseqüência inexorável da globalização.
Em síntese, a globalização é resultado de significativas alterações estruturais do processo de internacionalização. Na verdade, é uma nova fase do sistema capitalista. Dessa forma, o fato do capitalismo ter sido sempre mundial, não significa que a globalização é um processo antigo.
Simplificadamente, a mundialização pode ser entendida como o resultado da multiplicação e da intensificação das relações que se estabelecem entre os agentes econômicos situados nos mais diferentes pontos do espaço mundial.
Desde os anos 80, segundo FURTADO (2002), a progressão de vários fenômenos novos