A relacao
ESTADO x MERCADO E O TIPO DE DEFINIÇÃO
DA ORDEM GLOBAL*
Raquel Lorensini Alberti
* Monografia de Especialização, defendida no Curso de Pós-Graduação em Pensamento Político Brasileiro em Maio de 2003, sob a Orientação do Prof. Holgonsi Soares G. Siqueira 1. INTRODUÇÃO
Conceitos clássicos como as noções de soberania e hegemonia, associadas ao Estado-Nação como centro e poder, começam a sofrer reformulações. Segundo VIEIRA (1997), as novas forças que operam na atual ordem mundial, dominada pela economia capitalista de cunho neoliberal, reduzem os espaços do Estado-Nação, obrigando à reformulação dos projetos nacionais. Assim, as nações buscam proteger-se formando blocos geopolíticos e celebrando acordos sob o controle de organizações internacionais, como Fundo Monetário internacional (FMI), Organização Mundial do Comércio (OMC), Banco Mundial (BM) e Organização das Nações Unidas (ONU).
Isso evidencia o quanto o capitalismo globalizado pode instabilizar a economia mundial e de como as capacidades de resposta à "desordem" iminente são muito diferentes, nos países desenvolvidos e nos países emergentes, sendo que nestes revela-se patente como a própria autonomia na formulação da política econômica vai ficando comprometida.
A globalização é resultado de mutações estruturais no movimento secular de internacionalização. Por isso é forma nova da evolução capitalista e não apenas uma outra fase da internacionalização. Segundo BRAGA (2001), o fato do capitalismo ter sido sempre mundial no sentido da interconexão das economias relevantes, através do fluxo de mercadorias, capital e serviços, não deve conduzir ao equívoco de que a globalização é um fenômeno antigo. Antiga é a internacionalização dos mercados domésticos mesmo quando ocorriam industrializações nacionais comandadas a partir do Estado.
Assim posta a problemática, segundo WANDERLEY (2001), uma análise de conjuntura implica necessariamente transitar pelas variações dadas pelos determinantes, no