Globalização da economia
Introdução
Neste ensaio, procura-se refletir sobre a dimensão cultural da globalização e sobre os efeitos da dinâmica da globalização na cultura contemporânea e nas práticas culturais dos públicos urbanos.
Contesta-se que o global se oponha ao local e defende-se que o processo de interdependência pode, em certas condições, favorecer os particularismos e regionalismos.
Por último, analisa-se uma experiência de descentralização cultural e de transformação do território através da oferta cultural.
Como todas as palavras em moda, as “buzzwords”, também “globalização” adquire contornos diferentes conforme o uso que dela se faz e o contexto em que se a emprega.
Para iniciar esta reflexão, importa, portanto, esclarecer brevemente o que pretendemos significar com este termo.
A Dimensão Cultural da Globalização:
Antes de analisarmos em maior profundidade as práticas urbanas ligadas à cultura, vejamos as características fundamentais que moldam a cultura globalizada que fruímos.
Uniformidade versus diversidade. No senso comum, a globalização está associada. Á uniformização a todos os níveis (na música, na arte, na televisão e no cinema, nos comportamentos, etc.), num processo a que poderíamos, com alguma propriedade no entanto, é justo dizer que esta visão.
Não é inteiramente correta, já que, ao mesmo tempo, produz-se maior diversidade de conteúdos. Hoje, o consumidor comum tem ao dispor igualmente mais.
Restaurantes italianos, franceses, chineses, indianos, brasileiros, africanos tal como o espectador tem mais telenovelas portuguesas do que antes, e mais livros e discos de autores nacionais. O processo de globalização cultural é contraditório e é duvidoso dizer que haja uma tendência para a uniformidade se instalar, pelo menos sem que possa ser desafiada.
¬Novas noções. Uma das características da cultura contemporânea é a substituição das noções tradicionais de cultura, identidade cultural nacional,