Globalização como Problema
JAMESON, Fredric. “Globalização e estratégia política”; “Notas sobre a globalização como questão filosófica”. A cultura do dinheiro. Petrópolis: Vozes, 2001.
Moore, Michael. Roger e Eu. 1989.
Nossiter, Jonathan. Mondovino. 2004.
Larry, o rapaz ruivo descrito por Marshall Berman em Aventuras no Marxismo1, ressurge em Michael
Moore no documentário Roger e Eu. Assim como Larry, Michael nasceu em uma cidade em que o emprego em grandes corporações parecia um caminho óbvio e próspero. Se para Larry a realidade trazia uma série de siderúrgicas próximas a Pittsburgh, para Michael uma Flint marcada pela presença das fábricas da GM e de seu modelo de prosperidade. Ambos acompanharam o desaparecimento progressivo das fábricas e a consequente desintegração dos empregos, das famílias, dos pequenos comércios e, por fim, das próprias cidades.
O nome dado ao documentário se explica rapidamente assim que compreendemos a busca de
Michael Moore por contato com o presidente da General Motors, Roger Smith. Ironicamente, Moore justifica que gostaria de conversar sobre alguns problemas e talvez tomar uma cerveja. As razões para esta conversa são disparadas ao longo do documentário: após anos em Flint, o pólo industrial da GM começa a migrar sorrateiramente para o México em busca de uma mãodeobra mais barata. O resultado não poderia ser mais chocante, depois de gerações empregadas em uma mesma fábrica e compartilhando de um mesmo estigma de pertencimento, Michael encontra famílias inteiras desempregadas, despejadas uma após a outra de suas antigas casas. Sindicatos assim como qualquer outra rede social enfraquecidos,2 comércios fechados, um aumento nos índices de violência e um desdem da elite americana que permanecia nos arredores.
Uma pequena