Gjhbjkm
1097 palavras
5 páginas
EXCERTO DO TEXTO produzido para o V Seminário Nacional de Educação “Utopias Humanas: sonhos! Liberdade, inclusão e emancipação. Por que não? para apresentação em 21.05.2004, em Caxias-RS.Ângela Antunes e Paulo Roberto Padilha
O EU E O OUTRO COMPARTILHANDO DIFERENÇAS, CONSTRUINDO IDENTIDADES
Viver é conviver. É se relacionar. Somos seres de relação. Somos incompletos e inacabados. Nós somos incompletos porque sem o outro não existimos. Não há sentido em pensar ‘eu e o mundo’. É preciso pensar ‘eu como um pedaço do mundo’. Esse caráter relacional do ser humano; essa é a grande percepção do humanismo do Paulo Freire. Nisso consiste a incompletude. E inacabado não significa a mesma coisa. Inacabado quer dizer ‘eu sou o movimento de estar sendo’, eu não sou alguma coisa que se completou. Nós somos incompletos porque relacionais, porque a gente não existe sem a relação. Somos incompletos porque parte de um todo dinâmico. Não existimos sem aquele com quem nos relacionamos, sem meio, sem a biosfera da qual somos uma emergência, mas também somos incompletos porque somos um fluxo, nós indivíduos e nós espécie, nós vida. Homens e mulheres, na sua incompletude e na sua relação com o mundo e com outros seres, buscando dar respostas aos desafios, às questões de seu contexto, constroem conhecimentos. Para Paulo Freire, o conhecimento é resultado desse processo, dessa construção coletiva. Homens e mulheres: negros, brancos, pobres, índios, portadores de deficiência, homossexuais etc. todos educam; todos ensinam e aprendem. Por isso afirma que “Ninguém educa ninguém. Os homens se educam em comunhão” (FREIRE, 1981:79). Educação, em Paulo Freire, é a prática de uma teoria do conhecimento. Ao se deparar com um problema, o ser humano se questiona, questiona outros seres humanos, pesquisa, busca respostas possíveis para solucionar o desafio que está à sua frente, testa suas hipóteses, confirma-as, reformula-as, nega-as, abandona-as, retoma-as etc. Por meio desse