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FLORESTA ATLÂNT
Fragmentação, degeneração
A rápida expansão das atividades humanas impõe o desafio de entender como tais ações afetam os ambientes naturais e a biodiversidade. Este artigo aborda os efeitos da perda e da fragmentação de hábitats em florestas tropicais, com ênfase nos resultados de quase uma década de estudos em uma paisagem originalmente de mata atlântica e hoje dominada pela cana-de-açúcar, no Nordeste.
Além de reforçar a noção de que a fragmentação empobrece drasticamente a flora e a fauna originais e altera as interações entre plantas e animais, esses resultados indicam que ela induz um amplo processo de degeneração florestal, comprometendo seriamente os ‘serviços’ prestados pelas florestas, entre eles o sequestro de carbono, a produção de água e a conservação da biodiversidade. Para enfrentar essa situação é preciso que diversos setores da sociedade se articulem com o objetivo comum de proteger a floresta e transformá-la em uma oportunidade para o desenvolvimento sustentável do país.
Marcelo Tabarelli
Severino Ribeiro Pinto
Laboratório de Ecologia Vegetal,
Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco
Inara Roberta Leal
Laboratório de Interação Planta-Animal,
Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco
3 6 • CiênCia Hoje • vol . 4 4 • nº 263
E C O L O G I A
ICA NORDESTINA e perda de biodiversidade
Foto de adrIano GaMBarInI
A destruição e a fragmentação dos ambientes naturais são as maiores ameaças à integridade e à diversidade biológica das florestas tropicais. Nas próximas décadas, mesmo os trechos mais remotos e preservados dessas florestas poderão ser convertidos em ‘arquipélagos’ de fragmentos florestais (figura 1), devido ao rápido crescimento e à dispersão geográfica de populações humanas nos principais países tropicais. Esse processo, diretamente associado à expansão da chamada fronteira agrícola, tende a deixar as áreas de floresta