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1 A Filosofia , o Filosofar e a Filosofia da EducaçãoProf. Renato Nunes[1]
A sociedade moderna, salvo alguns redutos muito específicos – as academias, marginalizou a Filosofia e o filosofar. As situações do cotidiano, da vida, os problemas, a educação, a economia, a política... não têm recorrido à Filosofia para seu diagnóstico. O que se percebe, pelo contrário, é uma incessante luta para desqualificá-la[2]. A sociedade pragmática, consumista e tecnocrata criou a escola tecnicista e autoritária que baniu a filosofia dos currículos, expurgando-a das escolas. A ordem, hoje, é produzir uma massa passiva, homens sem consciência, mão-de-obra dócil à implantação e solidificação de um modo de produção mais preocupado com o capital do que com o próprio ser humano.
Karl Jaspers, filósofo contemporâneo (1965), assim caracterizou os tempos atuais a respeito da anti-filosofia:
“Um instinto vital, ignorado de si mesmo, odeia a filosofia. Ela é perigosa. Se eu a compreendesse, teria de alterar minha vida. Adquiriria outro estado de espírito, veria as coisas à uma claridade insólita, teria de rever meus juízos. Melhor é não pensar filosoficamente. Muitos políticos vêem facilitado seu nefasto trabalho pela ausência da filosofia. Massas e funcionários são mais fáceis de manipular quando não pensam, mas tão somente usam de uma consciência de rebanho. É preciso que os homens não se tornem sensatos. Mais vale, portanto, que a filosofia seja vista como algo entediante. Oxalá dasaparecessem as cátedras de filosofia. Quanto mais vaidades se ensine, menos os homens estarão arriscados a se tocarem pela luz da filosofia. Assim, a filosofia se vê rodeada de inimigos, a maioria dos quais não tem consciência desta condição. A autocomplascência burguesa, os convencionalismos, o hábito de considerar o bem estar material como razão suficiente da vida, o hábito de só apreciar a ciência em função de sua utilidade