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A precariedade do saneamento básico brasileiro não se restringe às periferias metropolitanas e cidades pequenas e médias das regiões mais pobres e desestruturadas do território brasileiro, onde a situação beira a calamidade pública há décadas. Para ficar em um exemplo, o esgoto gerado anualmente pelo turismo intenso em Campos do Jordão, a estância paulista de inverno localizada na Serra da Mantiqueira, vai parar integralmente nos rios que cortam a cidade ou das proximidades, sem nenhum tipo de tratamento.
A situação do saneamento nessas cidades é resultado do crescimento econômico concentrador de renda e do desenvolvimento social perverso característicos do País. Os vergonhosos indicadores relativos à distribuição de água potável e, ainda pior, de coleta e tratamento de esgoto materializam a fracassada “modernização conservadora” nacional, conforme a definição do economista Celso Furtado. Um problema eminentemente municipal – a falta de infraestrutura sanitária – cujos efeitos são muitas vezes regionais, já que a saúde de um rio reflete-se em toda a qualidade da bacia hidrográfica da qual faz parte.
Em pleno século XXI, o País convive com indicadores à altura de seu passado colonial. Apenas 49% do esgoto gerado nas residências brasileiras é coletado por um sistema público. Uma parcela ainda menor é tratada antes de ir parar nos rios e águas litorâneas brasileiras, algo próximo a 32%. Esse índice sobe a 73% quando se inclui as chamadas fossas assépticas, muitas vezes construídas sem os cuidados técnicos que evitam a contaminação dos bolsões subterrâneos de água, os lençóis freáticos. Mesmo por esse critério, o desempenho brasileiro é ruim em termos regionais – a média de esgoto coletado na América Latina é de 82%, de acordo com a ONG Trata Brasil, com destaque para o México, onde a totalidade do esgoto gerado segue para a rede pública.
No levantamento relativo a 2007 da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, ligada ao Ministério das Cidades, a paulista

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