Gestão da informação
3. A questão da cultura nas organizações; 2. O conceito de cultura;
1. Introdução; 4. Cultura e relações de trabalho em uma empresa estatal; 5. As estórias de coragem e o nascimento dos heróis; 6. O mito da grande fam/7ia; 7. Comentários finais.
1. INTRODUÇÃO Nos últimos anos, os trabalhos sobre o campo simbólico têm-se multiplicado nas mais diversas áreas do conhecimento, assumindo importância crescente inclusive na administração. 1 Na perspectiva mais comumente adotada por administradores, a cultura é pensada como um sistema de representações simbólicas que expressam formas comuns de apreender o mundo, possibilitando a comunicação entre os membros de um grupo. Este conceito, a nosso ver, precisaria ser mais trabalhado em termos das múltiplas significações do universo simbólico e suas relações com outras instâncias da prática social, remetendo ainda às questões das relações de poder internas e externas às organizações. Ao mediar relações e práticas sociais, o campo do simbólico se afigura como uma das instâncias fundamentais para definição das relações de trabalho. Na perspectiva por nós adotada," as outras instâncias responsáveis pela determinação dos padrões de relações de trabalho seriam: • a instância polftica - que confere à relação o seu marco ssnutural, situando-a no jogo das forças polfticas e econômicas da sociedade;
Estórias, mitos, heróis cultura organizacional e relações do trabalho
Maria Tereza Leme Fleury
Professora livre-docente na Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo
• a instância da organização do processo de trabalho na qual a tecnologia e as formas de gestão do processo produtivo definem as relações de trabalho; • a instância das polfticas de recursos humanos - que mediatizam os termos da relação entre capital e trabalho. A incorporação desta dimensão simbólica prende-se
à idéia de procurar desvendar o significado de certas estórias, mitos, rituais, de certos comportamentos e artefatos que