gestao ambiental
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Doce e amargo açúcar:
Concentração de renda e relações de
trabalho na produção agroindustrial canavieira do Brasil
Prof. Ms. Luciano dos Santos1
Muito se fala na atualidade da potencialidade do setor sucroalcooleiro para a economia brasileira. Afirma-se que esta atividade não só gera grande movimentação econômica nas exportações, como também tem papel estratégico, no panorama internacional, na produção de combustível a base de biomassa. Todavia, há outro lado da produção sucroalcooleira que muitos empresários e governantes preferem ignorar. Sem desconsiderar a potencialidade das atividades do setor, estes aspectos merecem profunda reflexão. Por mais que sejam grandes as doçuras apresentadas, é necessário também não questionarmos as amarguras perpetuadas por tal atividade.
Sociologicamente podemos dizer que os fatores negativos que permeia a produção canavieira se explicam na análise das relações socioeconômicas entre capital, campo e trabalho. Filosoficamente na desumanização do trabalho e na desestruturação da ética com orientador da ação humana. Historicamente, na manutenção de estruturas sociais e econômicas herdadas do passado e perpetuadas pela nova lógica do capital. Não será possível para este momento, analisarmos este objeto em profundidade pelas três perspectivas. Logo então, concentrar-nos-emos, de forma interdisciplinar, na análise de dois pontos básicos, mas de suma importância para a compreensão deste processo produtivo: o primeiro é a concentração fundiária e de renda, e o segundo, está relacionado às relações de trabalho nesta atividade.
1Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - Campus
Inhumas e Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisa Interdisciplinar (NepeInter).