GERENCIAMENTO DE CRISES_CASE TELEMAR

A VITÓRIA DE UM AZARÃO

Telemar é uma marca forte que se confunde com o cotidiano de milhões de famílias e empresas. Mas o que muita gente não sabe, é que o nome Telemar, não foi um lampejo de criação de um gênio de marketing ou um lance ousado de um magno da publicidade.
Telemar surgiu do desmembramento da antiga estatal Telebrás, em que os técnicos do BNDES (Banco do Desenvolvimento), apelidaram telefonia, que seria privatizada. Telemar vem de Tele Norte Leste – holding espalhada por 16 estados, maioria deles localizados na extensa faixa litorânea do Brasil, indo do Espírito Santo até o Maranhão. Daí, tele...mar.
Era uma contraposição geográfica à Telemato, como era chamada a Tele Centro Sul, que avançava rumo ao interior do Brasil. Porém, a Telemar deixou de ser apenas um apelido para se firmar como o status definitivo da maior companhia de telefonia fixa do país, estendendo-se por 5,4 milhões de quilômetros quadrados, 64% do território nacional.
A Tele Norte Leste era um objeto de disputa de fortes grupos internacionais, associados a grupos brasileiros, porém, havia uma regra no leilão das estatais: o consorcio que comprasse uma holding, não poderia comprar outra. Tudo isso para evitar o monopólio das estatais privatizadas. Assim, um consórcio italiano, a Stet/Opportunity venceu o leilão da Telemato, o grupo Teléfonica de Espanha, ganhou o leilão da Telesp – telefônica que atuava em São Paulo – restou então a Telemar. Então, a holding foi arrematada por 3,4 bilhões.
No dia seguinte à sua criação, a Telemar já ostentava o título da segunda maior empresa no ramo de telefonia da América Latina. A Telemar “nasceu” grande, porém enfrentando dura e impiedosa artilharia por parte da mídia. A empresa já nascia com crise de imagem.
O jornal O Globo de 30 de julho de 1998, dedicou a manchete e várias páginas dos cadernos de economia e política ao resultado do leilão, com destaque para a surpreendente vitória do consórcio Telemar.
Manchetes: “Nenhuma operadora