Geração G

1 Geração G
Em 2008 presenciamos uma das piores crises econômicas já vistas pela sociedade. Grandes e consolidadas empresas, como os gigantes do automobilismo americano, GM e Chrysler, tiveram suas bases estremecidas e por pouco não fecharam as portas. O corporativismo americano se abalou de formas nunca antes vistas e a confiança dos consumidores nele também.
Neste lado do oceano, as conseqüências da pior crise econômica vivenciada nos últimos 70 anos também foram sentidas. Por mais que o Brasil tenha visto a crise de 2008 de outra perspectiva, o sentimento de fraqueza e insegurança era praticamente comum em todo o mundo. O capitalismo passou a ser patrulhado por certa dose de moralismo, pois a percepção geral foi a de que, na origem da depressão, esteve uma séria crise de valores. Foi o caso, por exemplo, do pagamento de gordos bônus a executivos de instituições financeiras que faliram e também foram socorridas com o dinheiro do Estado. Tanto os executivos de Detroit como os de Wall Street foram alvo de indignação e de inúmeros protestos.
Em fevereiro de 2009, a consultoria holandesa Trendwatching, especializada em tendências de mercado, divulgou um boletim no qual descreve as lideranças desse movimento de indignação como os precursores da Geração G, concebida no período pré-crise e gestada após a turbulência econômica. Um retrato claro desse cenário foi à divulgação de uma pesquisa encomendada pelo instituto americano Watson Wyatt, meses depois da explosão da crise. A sondagem mostrou que apenas 39% dos funcionários de companhias dos Estados Unidos confiavam nos CEOs das empresas em que trabalhavam; 75% dos entrevistados acreditavam que as empresas não falavam a verdade em campanhas publicitárias e a mesma porcentagem de funcionários de grandes empresas afirmou que já haviam flagrado os executivos violando as regras da companhia.
A geração G, não se trata de uma geração de pessoas propriamente dita, mas sim de uma corrente de pensamento e valores.