geografia1
Jaime Oliva
As referências ao período do pós-segunda mundial não são apenas de celebração do fim de um conflito monstruoso que levou a morte e a infelicidade para várias dezenas de milhões de pessoas, atingindo diretamente e indiretamente mais de duas gerações de pessoas não apenas na Europa. Trata-se de um marco cujos desdobramentos, complexos por sinal, encontram-se na base da produção, mais do que uma nova ordem internacional, de uma nascente e inédita ordem mundial, algo que, nalguma medida, ultrapassa as relações convencionais entre nações soberanas.
Na ciência geográfica, por exemplo, identifica-se com clareza que no pós-segunda guerra uma nova ordem geográfica, essencialmente distinta da anterior se estabeleceu. E essa nova ordem seria a condição para a chamada globalização, assim como permitiria também construir uma globalização alternativa à globalização dominante. Discutir o perfil dessa nova ordem mundial herdeira direta do que resultou da segunda guerra será o objeto das reflexões e atividades que serão aqui sugeridas.
O historiador britânico Mark Mazower apresenta a Europa do século XX como um perigoso laboratório de experiências sociais – como um continente sombrio[1], expressão incomum para referir-se ao continente que foi o berço da civilização ocidental e da democracia. De fato, o adjetivo não é exagerado por tudo que significou as guerras mundiais, a experiência nazista e a stalinista e as ações imperialistas noutros continentes.
Mas a ordem nova que se apresenta no mundo e que, se comparada ao passado, apresenta traços civilizatórios superiores, tem na Europa um de seus principais protagonistas. Isso não quer dizer que vivemos agora no paraíso. A ordem atual ainda muito pouco compreendida apresenta um rol de problemas e injustiças sociais de todos os gêneros, ainda por ser resolvido. Uma análise que vise alguns ângulos dessa ordem pode nos aproximar dos problemas:
A atenuação da geopolítica: a geopolítica é uma