Genomas de amendoin
A Iniciativa Internacional do Genoma do Amendoim (IPGI) - um grupo multinacional de geneticistas que trabalham em conjunto há vários anos – concluiu com sucesso o sequenciamento dos genomas de parentes silvestres do amendoim. O amendoim cultivado é o resultado de um cruzamento natural entre duas espécies silvestres, Arachis duranensis e Arachis ipaënsis que ocorreu possivelmente no norte da Argentina entre 4.000 e 6.000 anos atrás. Como eram duas espécies diferentes, o amendoim atual é um tetraploide, ou seja, a espécie possui dois genomas distintos que são designados subgenomas A e B.
Para mapear a estrutura do genoma do amendoim, os pesquisadores do IPGI sequenciaram esses dois parentes silvestres, porque juntos eles representam o amendoim cultivado. As sequências permitem acesso a 96% de todos os genes do amendoim em seu contexto genômico, fornecendo o mapa molecular necessário para se produzir mais rapidamente variedades tolerantes à seca, resistentes a doenças, mais produtivas e que demandam menos defensivos para sua produção.
Os pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen), uma das 47 unidades de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, manifestaram seu entusiasmo para as novas possibilidades oferecidas pela disponibilidade das sequências desses genomas pois, até o momento, o melhoramento do amendoim é feito relativamente às cegas, em relação a outras culturas. Esses avanços permitirão compreender o e avançar no melhoramento genético do amendoim de formas antes apenas sonhadas.
As duas espécies silvestres ancestrais foram coletadas na natureza décadas atrás. Arachis duranensis tem ocorrência generalizada, mas A. ipaënsis foi coletada em um único local e, de fato, pode estar extinta. Ao tentar compreender o complexo genoma do amendoim, ficou claro para os pesquisadores do IPGI que os genomas das duas espécies parentais proporcionariam excelentes