Geni e o Zepelim
Oficina X - Estudos Literários – Leitura do texto ficcional na sala de aula
O trabalho a seguir busca analisar o conto “Bola de Sebo” de Guy Maupassant e a canção “Geni e o Zapelin” de Chico Buarque de Holanda, apontando algumas semelhanças e diferenças entre ambos, levando em conta o contexto histórico, cultural e literário das obras em questão. A música “Geni e o Zepelim” foi lançada no álbum Ópera do malandro de 1979. A canção de Chico Buarque é marcada pela ironia em tom de crítica social ao falso moralismo e à hipocrisia da sociedade que estavam muito em voga na época, eram anos de ditadura militar no Brasil.
O autor pretende mostrar na canção a figura marginalizada da prostituta que é julgada e condenada durante todo o tempo. Essa situação só muda quando ela se torna a única capaz de evitar uma tragédia na cidade. No início da música, o autor/narrador apresenta a personagem Geni, e logo de início percebemos a preferência da personagem por outras figuras marginalizadas como ela: “nego torto”, “cegos”, “retirantes”, “detentos”, etc. Além disso, é interessante observar o termo escolhido pelo autor ao referir-se a atitude de Geni, ele escolhe o termo “dá-se” ao invés de “vende-se”, como é de fato o trabalho de uma prostituta. Dessa maneira, percebemos uma certa particularidade dessa mulher, como se tudo o que ela faz fosse unicamente por vontade, dá-se a quem quer. Isso fica ainda mais evidente quando chega o comandante descido do Zepelim afirmando que a quer, e caso sua vontade não seja atendida ele explodiria a cidade. Geni imediatamente afirma que “preferia amar com os bichos”, isso mostra que a personagem tem seus “princípios” ou, como diz o autor, “caprichos”.
Nesta parte da história é que Geni é aclamada por todos, que antes queriam apedrejá-la, agora a chamam “bendita”. Observa-se uma grande ironia do autor na escolha dos personagens que aparecem aclamando-a e pedindo sua ajuda: o prefeito, o bispo e o