Genetica
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Genética na Escola | Vol. 8 | Nº 1 | 2013
Genética na Escola
Gene tnaA:
bactérias resistentes
“altruístas” socorrem vizinhas menos resistentes Sergio Olavo Pinto da Costa
Departamento de Microbiologia. Instituto de Ciências
Biomédicas. USP. São Paulo.
Autor para correspondência: sopdcost@usp.br
B
actérias com alto nível de resistência a um dado antibiótico podem, curiosamente, ajudar altruisticamente bactérias vizinhas, menos resistentes a esse antibiótico, graças à produção de indol que leva estas bactérias menos resistentes a expulsar o antibiótico de seu interior.
Indol é um composto orgânico aromático heterocíclico que pode ser produzido por diversas espécies de bactérias como um produto da degradação do aminoácido triptofano.
A SURPREENDENTE ESTÓRIA
DAS BACTÉRIAS CARIDOSAS
R
ecentemente, pesquisadores analisando como uma população bacteriana se comporta quando cultivada na presença de um dado antibiótico se surpreenderam ao
verificar que as bactérias mais resistentes ajudavam a sobrevivência das suas vizinhas menos resistentes. Essas bactérias “altruístas” assim agem ao liberar uma substância sinalizadora, o indol, que leva as bactérias menos resistentes expulsar o antibiótico de seu interior.
Sociedade Brasileira de Genética
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UM GENE
ANTIBIÓTICOS FORAM
FEITOS PARA MATAR
EFICIENTEMENTE BACTÉRIAS
Quando o primeiro e muito poderoso antibiótico - a penicilina - passou a ser usado, quase no final da Segunda Grande Guerra
Mundial deu o início a uma nova era no tratamento de infecções causadas por certos microrganismos, principalmente o conhecido estafilococo. Realmente, os primeiros anos que se sucederam, foram suficientes para demonstrar o valor dessa droga, tida na época, como milagrosa por salvar milhares de vítimas da guerra.
Para o desaponto geral esse milagre durou pouco e no esforço para substituir essa droga foi realizado um grande empreendimento mundial para