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ACADÊMICO: CONCEPÇÕES DE ALUNOS DE MESTRADO
SOBRE A ESCRITA
Débora de Carvalho Figueiredo*
Adair Bonini**
Resumo: Este artigo investiga as concepções sobre o ensino-aprendizagem da escrita acadêmica, a partir das respostas a um questionário sobre esse tema respondido por um grupo de alunos de mestrado, após terem participado de uma oficina de produção textual acadêmica escrita. A análise baseou-se no trabalho de Ivani (2004) a respeito dos discursos sobre o ensino da produção escrita na escola. Através da análise dos questionários, pudemos constatar, na fala dos alunos, traços da pedagogia de letramento em gêneros e de uma visão social do discurso. Os resultados indicam uma contribuição da experiência de ensino no sentido de familiarizar os mestrandos com a noção de escrita como prática social inserida dentro de uma comunidade discursiva, mas também que eles ainda estão no estágio de membros periféricos nessa comunidade.
Palavras-chave: discurso; gênero textual; produção textual; ensino; discursos sobre a escrita.
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo relatar e analisar uma experiência de ensino de produção textual acadêmica escrita, surgida a partir de nossa observação, como professores de pós-graduação, da dificuldade de muitos mestrandos em ingressar no discurso acadêmico em termos práticos, isto é, em produzir textos que possam ser reconhecidos como gêneros do meio, dentre eles o “artigo de pesquisa”. Em outras palavras, detectamos que muitos de nossos alunos, embora já façam parte de um programa de mestrado há algum tempo, mostram pouca (ou nenhuma) familiaridade com e capacidade de utilização eficiente dos gêneros do discurso científico. No âmbito específico dos cursos de mestrado, temos observado que os textos dos alunos apresentam problemas de organização micro e macroestrutural, refletindo
* Professora da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. Doutora em Inglês e Literaturas