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624 palavras 3 páginas
outor Sigmund Freud deve estar se revirando no túmulo. Ele viveu o suficiente para ver sua proposta de cura pela fala e suas teorias sobre o inconsciente se popularizarem ainda na primeira metade do século 20. Talvez não imaginasse, porém, que tantas linhas diferentes de terapia surgiriam depois disso. E muito menos que, 100 anos depois, algumas delas pudessem até colocar em xeque a relevância da psicanálise dentro da psicologia, ciência que ajudou a fundar.

“Eu nunca vi a psicanálise resolver problema de ninguém. É diferente analisar um problema e resolvê-lo. Uma pessoa de temperamento incontrolável pode voltar à infância para entender por que é assim, mas isso não resolve a questão”, diz o terapeuta americano Barry Michels. Ao lado de Philip Stutz, ele escreveu um livro chamado O Método, que tornou-se um best-seller internacional defendendo o uso de ferramentas para resolver problemas de modo prático e rápido. Os seguidores de Freud devem ter procurado um divã, ao ver a dupla de terapeutas conquistar astros de Hollywood. Na TV e na imprensa, famosos não param de falar sobre como a dupla os ajudou a superar crises de criatividade e coragem.
O sucesso, no entanto, reflete uma tendência mais ampla de interesse pelas chamadas terapias comportamentais e cognitivas (ou TCCs) das quais ambos são adeptos. No meio científico, por exemplo, a popularidade delas tem crescido. Uma busca por estudos com os termos “terapia cognitiva” e “psicanálise” no PubMed, principal base online de artigos científicos, mostra que em toda a década de 1990 foram publicadas 200 a 300 pesquisas sobre cada linha, por ano. Na última década, porém, a média anual de estudos sobre TCCs triplicou para cerca de 1.000, enquanto o interesse pela psicanálise se manteve estável, na casa dos 200.

A pegada objetiva e rápida que essa linha oferece também combina com a demanda dos pacientes. Não existem dados nacionais sobre o assunto, mas um relatório da Consumer Reports, publicação americana sobre

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