GENERO UMA CATEGORIA UTIL PARA ANALISE HISTORICA

GÊNERO: UMA CATEGORIA ÚTIL PARA ANÁLISE HISTÓRICA
JOAN SCOTT

RESENHA
Scott inicia o artigo mostrando que as feministas norte-americanas, na tentativa de “negar” palavras que poderiam soar como determinismo biológico e destacando o caráter relacional das definições normativas das feminilidades, importaram o sentido de gênero da gramática e passaram a utilizá-lo para referirem-se à organização social das relações entre os sexos, realçando o caráter cultural das distinções baseadas no sexo.

A autora destaca também, que o termo “gênero” foi nomeado por aqueles que protegiam o estudo sobre as mulheres como um meio de transformar os paradigmas. Recentemente, o uso do “gênero” é usado como sinônimo de “mulher”, significando então que as informações sobre as mulheres implicam na referência aos homens e vice-versa. Aqui é importante analisar/compreender o termo “gênero” como um sistema de relações, onde esse ele se torna uma maneira de insinuar as “construções sociais”. Com isso, segundo Scott, pode-se afirmar que os conceitos de gênero influenciam as concepções, as construções, a legitimação e a distribuição do poder.
Scott faz uma crítica às pesquisas que apesar de analisarem as relações sociais entre homens e mulheres se voltam para o estudo de setores da organização social, como a família, a reprodução, as ideologias de gênero. Estas pesquisas realçam o mero uso do termo gênero, sem uma mudança de perspectiva teórica, o que faz com que estes trabalhos continuem a estudar “as coisas relativas às mulheres”, de forma descritiva, sem que se questione porque as relações entre homens e mulheres estão construídas como estão, como funcionam e como se transformam.
Nesse caso, apesar de se incluir novos objetos de análise histórica, como as relações subjetivas, o corpo, a família, e etc, não há transformações nos paradigmas existentes, mantendo-se o modo de se analisar temas como a guerra, a alta política, a diplomacia, ou seja, àqueles que de acordo com a historiografia