O filme mostra a humanidade em um futuro “não muito distante”, onde as tecnologias evoluíram bastante, influenciando em todos os setores da vida humana, inclusive na reprodução. Nesse contexto, se torna perceptível a idéia de que os seres humanos podem estar caminhando a passos longos para a realidade virtual de Gattaca. É relatada a história de uma pessoa foi concebida naturalmente, vivendo numa comunidade em que a maioria das pessoas foram projetadas geneticamente para serem “perfeitos”. Essa realidade mostra o ser humano como um ser soberbo, que cada vez mais tem a tendência de considerar perfeitos seus próprios projetos, e não o que a própria natureza se encarrega de criar. No filme, enquanto esses “perfeitos” ocupam as melhores posições, os “imperfeitos” (aqueles que apresentam algum tipo de deficiência física ou psicológica), são denominados de inválidos e ocupam os setores menos privilegiados da sociedade. Isso é o que acontece com Vicent, que era faxineiro. O mesmo era dotado de muita inteligência e tinha um sonho de viajar no espaço, porém, sofria de problemas cardíacos. Na realidade que o filme traça, não importava a inteligência de Vicent, ele tinha que viver à margem dos poucos privilegiados. É possível imaginar quantos daqueles faxineiros como ele, poderiam dar grandes contribuições à ciência, mas pelo fato de não serem “perfeitos”, na visão da maioria, eram impedidos até mesmo de pensar. Isso fica muito evidente em uma cena do filme em que Vicent está limpando o vidro do seu local de trabalho, e passa por ele um supervisor que diz “não limpe muito o vidro para não ficar tendo idéias”. Fazendo um paralelo com o mundo capitalista contemporâneo, é comum encontrar empregos em grandes indústrias, onde as pessoas não têm tempo para ao menos raciocinar sobre o que fazem. Esses empregos são a mera repetição de algum movimento, o que pode camuflar as diversas capacidades intelectuais dos empregados. Não se pode esquecer que no filme está intrínseco