GARZONI LERICEDE CASTRO

O espiritismo no Código Penal de 1890: as discussões de sua criminalização nos periódicos do Rio de Janeiro
Adriana Gomes*

Resumo
O artigo se propõe a discutir a importância dos periódicos que circulavam na capital federal na segunda metade do século XIX: o Jornal do Commercio,
O Apóstolo e o Reformador, para a inserção e divulgação da doutrina espírita, assim como os ataques e defesas lançadas a essa corrente religiosa.
Nos discursos divergentes e com tons diferenciados, cada um dos grupos em discussão tinha um objetivo muito claro: transformar os seus discursos em mecanismos de compreensão e legitimação de suas ideias. E com discursos
“legítimos”, eles buscavam convencer o leitor de que os seus argumentos eram os mais coerentes, em contraposição aos argumentos do discurso do outro. Palavras-chave: Periódicos; Espiritismo; Criminalização.

O artigo se propõe a discutir a importância dos periódicos que circulavam no Rio de Janeiro, na segunda metade do século XIX para a inserção, a divulgação, ataque e a defesa do espiritismo. Para tanto, três periódicos foram destacados para a discussão: o
Jornal do Commercio, O Apóstolo (jornal católico) e o Reformador (revista espírita).
As abordagens em discussão de cada periódico
No Jornal do Commercio as discussões acerca do espiritismo iniciaram com a divulgação dos fenômenos realizados pelos “ditos espíritos”, nos Estados Unidos e na
Europa, muito antes do início da codificação da doutrina espírita, em 1857, por Allan
Kardec, na França.
O papel do Jornal do Commercio foi de suma importância, sobretudo quando em 1890 o espiritismo foi criminalizado pelo Código Penal Republicano. O periódico

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Mestre em História Política pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), integrante do grupo de pesquisa Políticas, Direitos e Éticas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq). Professora da rede pública estadual do Rio de Janeiro.

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Cadernos de História, Belo Horizonte, v. 14, n. 21, 2º sem.