Futvoley
Os pioneiros deste esporte foram garotos cariocas conhecidos como “praieiros e ratos de praia”, liderados pelo arquiteto e esportista Otávio Moraes, o TATÁ. Esses garotos que chegavam à praia logo que amanhecia e só voltavam para casa quando anoitecia eram moradores de Copacabana.
No ano de 1962, em plena época da ditadura, com a polícia proibindo a prática do futebol e linha de passes na praia a partir de um horário definido, Otávio e seus amigos resolveram jogar futebol utilizando as traves (sem redes) das quadras de futebol de areia. Riscavam com os pés os limites da quadra dos dois lados da trave, de forma que estas se transformassem em quadras semelhantes à de vôlei, e os jogadores podiam tocar a bola com os pés ou com a cabeça. Como no vôlei, a bola não podia tocar no chão dentro da área demarcada.
Essa quadra ficava em frente à Rua Bolívar e era famosa na época, pois nela jogava uma equipe formada por jogadores olímpicos e da seleção brasileira de futebol. Essa rede era o ponto de encontro de todos os jovens, moradores e frequentadores da praia, que armavam suas sombrinhas ao lado da quadra para assistir aos sensacionais jogos.
A maioria dos pioneiros do futevôlei não se interessava pelo vôlei, mas sim em esperar que os jogadores olímpicos parassem de jogar e dessem a eles uma oportunidade de usar a bola e as traves para jogar futevôlei. Entretanto, os rapazes continuavam impedidos de jogar, já que continuava faltando o essencial: a bola. Isso porque os jogadores de vôlei se negavam a emprestá-la, alegando que iria deformá-la com os seus golpes. Devido a essa alegação, os jogadores de futevôlei desistiram de pedir a bola e passaram simplesmente a pegá-la escondido.
Inicialmente, o futevôlei era jogado com seis jogadores, igual ao vôlei, já que apareciam muitos interessados em participar do “joguinho”, como era chamado. Mas, com seis de cada lado, a bola demorava muito a cair e o jogo ficava desinteressante. Passou-se a jogar em outras